Custo é uma das principais barreiras para que pequenas empresas acessem a tecnologia.
Fonte: Artur Nicoceli São Paulo – 14/03/2022
O blockchain, usado em larga escala no registro de transações financeiras, tem se espalhado para outros setores, proporcionado uma revolução na dinâmica de gestão de produtos. O setor agro é um dos mercados que tem se beneficiado com a tecnologia.
O coordenador do MBA em agronegócios da FGV, Fabio Mizumoto, explica que a solução oferece à cadeia de fornecimento e recebimento de grãos informações que permitem o registro e a rastreabilidade dos produtos.
“É preciso coordenar melhor as atividades para buscar a eficiência e produtividade no agronegócio, reduzindo assim a assimetria de informações. E a tecnologia tem muito a contribuir, desde processos de comercialização, a financiamentos e seguros agrícolas”.
Há dois anos, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) realizou um estudo com a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) e a Usina Granelli para mapear a cadeia de cada-de-açúcar via blockchain.
O resultado foi a criação do Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar), tecnologia de registro e custódia de informações agroindustriais. Com o rastreio, as embalagens dos produtos da Usina Granelli receberão um selo ‘tecnologia Embrapa’ e um QR code.
Os clientes poderão acessar o código e ter as informações sobre a fabricação de um produto, desde a origem até à chegada nos mercados. Em nota, a Embrapa informou que “as ações atendem aos anseios da sociedade por produtos mais saudáveis, além da exigência do mercado internacional em saber como os alimentos são produzidos”.
Alexandre de Castro, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e líder do estudo realizado em 2020, explicou que os dados de fabricação de produtos sucroalcooleiros são armazenados em blocos digitais, construindo uma sequência temporal e imutável de registros.
Preço
Apesar das vantagens da tecnologia, o coordenador da FGV aponta que um dos grandes problemas hoje na adoção do blockchain é o custo, “e as mais afetadas são as pequenas empresas”.
A LeewayHertz, companhia de desenvolvimento de software, apontou que o preço para implementar a tecnologia é de aproximadamente US$ 1.500 por mês. Mizumoto sugere que o blockchain deveria ser pago pelo uso, não pela criação da estrutura.
O resultado da pesquisa apontou que seria possível implementar um sistema em que desse para ter detalhes de um produto desde sua origem até a venda. Contudo, segundo Peretti, surgiu um percalço na época: custo do blockchain.
“Estávamos com as expectativas infladas, mas percebemos que o custo para implementar em todas as unidades era inviável”, diz Peretti. O estudo foi realizado apenas na unidade de Ribeirão do Sul, interior de São Paulo.
“Contudo, [nós] sabemos que, em um futuro, o blockchain será ainda mais relevante, e voltaremos a olhar com carinho para a tecnologia. Queremos gerar valor com o uso”.
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Aconselhamos que toda empresa que investe em tecnologia blockchain esteja bem assessorada por uma consultoria jurídica especializada.
Esperamos que esta informação traga bons insights ao seu negócio e colocamos a nossa equipe à disposição para esclarecimentos de dúvidas.